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Rita Moraes
Transtorno de conduta sexual também chamado de
parafilia, a pedofilia se caracteriza pelo desejo sexual recorrente
por crianças ou pré-púberes. Considera-se
uma relação pedófila quando a diferença de idade entre
os envolvidos é maior que cinco anos, exceção feita no relacionamento
entre adolescentes.
Um pedófilo não é só o que consuma o abuso, mas o que tem
fantasias sexuais e excitação freqüentes diante de corpos
infantis. Quase sempre são pessoas afáveis e tímidas sexualmente.
“São imaturas no desenvolvimento de sua sexualidade. O sentimento de
poder pode estar presente, mas o comum é que com crianças o
pedófilo se sinta mais tranqüilo, livre de cobranças”, explica o
psiquiatra Alexandre Saadeh, do Projeto Sexualidade do Hospital das
Clínicas de São Paulo.
As seqüelas para as vítimas serão tão mais graves quanto mais
violento for o abuso. A pedofilia expõe a criança a algo que ela não
está aparelhada nem física nem psiquicamente para lidar. Na vida
adulta, poderá ter transtornos e bloqueios sexuais e até repetir o
abuso. Os casos em que o abusador é alguém a quem a criança nutre
admiração, respeito e amor são mais perturbadores. “Ela vive uma
grande contradição ao passar de uma relação de autoridade e
cerimônia para um contato físico absolutamente carnal. Teme falar e
até sentir o que sente”, explica a psicanalista Magdalena Ramos,
coordenadora do Núcleo de Casal e Família da PUC-SP.
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