ATÉ TU, BISPO!     [LINK: Back to main article of feature.]
 
Alan Rdrigues  
Pela honra: Padre Alberto move ação
no Vaticano contra seu superior
 
Vítimas de crimes sexuais do clero não estão restritas somente às crianças. Dezenas de seminaristas e sacerdotes sofrem com as investidas de seus superiores. Há 14 anos um processo de assédio sexual contra o bispo emérito de Barra do Garça (MT) dom Antônio Sarto é movido pelo padre Alberto Mendes Pereira, no Tribunal Eclesiástico de Campo Grande, sem resultados. A falta de solução para o caso fez com que o padre representasse contra seu superior em Roma, em 2003. “Toda vez que ele, o bispo, passava por mim, começava a esfregar suas nádegas em meus órgãos genitais. Eu me afastava e ele tornava a me assediar. Eu ia tomar banho e ele ia atrás”, lembra padre Alberto. “O bispo me ordenou padre em 1988. Na mesma noite ele me levou ao seu quarto, trancou a porta e tentou me agarrar à força. Abaixou suas calças e exibindo-me suas nádegas exigia, como forma de agradecimento, que eu o penetrasse. À força, consegui me desvencilhar”, relatou o padre em carta ao Vaticano. A Santa Sé confirmou o recebimento do relato, mas até hoje não deu nenhuma solução. O padre não quer recorrer à Justiça comum, pois entende que o crime está prescrito, segundo o Código Penal. “Perdi tempo, mas não abro mão de buscar a punição do bispo, mesmo com a proposital demora do Vaticano”, diz. No Direito Canônico não existe a prescrição. Procurado nos últimos 15 dias pela reportagem de ISTOÉ, o bispo dom Antônio Sarto não foi encontrado. Seus auxiliares se limitam a dizer que não têm conhecimento de onde ele se encontra.

Promessa: o Tribunal do Vaticano apenas comunicou o recebimento
da denúncia contra dom Antonio Sarto, até hoje sem solução

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